sexta-feira, 9 de março de 2012

O CONHECIMENTO E A REALIDADE

O ato de conhecer envolve o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido e portanto, conhecimento nada mas é do que uma relação entre um sujeito e um objeto. Essa relação implica numa transformação tanto do sujeito quanto do objeto, o sujeito se transforma porque adquire um novo saber e o objeto porque o conhecimento lhe dá sentido. As formas de conhecer o mundo dependem da postura do sujeito frente ao objeto que deseja conhecer, dentre essas formas podemos citar: O mito, o senso comum, a ciência, a filosofia e a arte.
O mito é uma forma de conhecimento que dá conforto e segurança ao sujeito, pois traz sempre a ideia de atrair o bem e afastar o mau,contendo em si uma certa mágica.
O senso comum é uma forma de conhecimento herdada de um grupo a que pertencemos e das experiências vividas, é a primeira compreensão do mundo.
A ciência é uma forma de conhecimento que busca o conhecimento objetivo, lógico, através de métodos que visam manter a coerência de suas afirmações,procurando descobrir o funcionamento da natureza.
A filosofia é uma forma de conhecimento que visa a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida, numa abordagem globalizante.
A arte é uma forma de conhecimento que visa conhecer o mundo através da interpretação e da sensibilidade do artista.
Dentre todas essas formas de conhecer o mundo, a ciência tem recebido posição de destaque pois, a tecnologia depende da ciência para renovar-se e contribui para ela através da criação de novas ferramentas, instrumentos e equipamentos. Nossas vidas são profundamente afetadas pela tecnologia, vários problemas de nossa época dependem de avanços científicos e tecnológicos para sua solução, inclusive os que se originaram desses avanços. Isso fundamenta a nossa necessidade de conhecimento, de estudos e de escolas. Vale a pena ressaltar que as escolas são facas que cortam de dois lados, pois tanto podem servir para desenvolver a ciência de um povo juntamente com suas tecnologias quanto moldar seus cidadãos desde cedo para permanecerem sob domínio de um pequeno grupo que detêm o poder. Eu particularmente, embora seja fã das técnicas e métodos científicos, reconheça a existência dos mecanismos de controle existentes dentro das sociedades tenho total consciência de que sou apenas um tijolo nesse muro chamado existência.
Falo isso porque sei que o homem é condicionado desde o seu nascimento, a pensar que o mundo que vive é uma realidade absolutamente material. Assim ele cresce sob efeito desse condicionamento e constrói toda a sua vida baseado neste ponto de vista. Porém as descobertas da ciência moderna, revelam as diferenças entre a realidade significativa e o que é presumido. Toda a informação que recebemos do nosso mundo exterior nos é transmitida pelos nossos cinco sentidos o mundo que conhecemos consiste do que nossos olhos vêm, nossos ouvidos ouvem, nossos narizes cheiram, nossas línguas saboreiam e nossas mãos sentem. O homem depende, desde o nascimento, desses cinco sentidos. Assim conhecemos o mundo exterior apenas da forma com que é apresentado por estes cinco sentidos. As declarações de alguns cientistas afirmando que “o homem é uma imagem, toda experiencia é temporária e ilusória e este universo é uma sombra”, parecem estar sendo comprovadas pela ciência em nossos dias. Para melhor captar esse segredo por trás da matéria, devemos nos relembrar de como captamos a informação da realidade que nos provê com a mais extensa informação do mundo exterior.

A visão ativa ocorre progressivamente. No momento da visão, partículas luminosas, denominadas fótons viajam do objeto até o olho e passam pelo cristalino onde são refratados e focados na retina, no fundo do olho. Lá os raios luminosos são transformados em sinais elétricos e transmitidos para os nerônios até o centro da visão na parte posterior do cérebro. A visão realmente ocorre no centro da visão no fundo do cérebro. Todas as imagens que vemos durante a vida e todos os eventos que experimentamos são na realidade experimentados nesse pequeno e escuro lugar, filmes, pessoas, lugares etc. Tudo isso leva um tempo para ocorrer por isso, só enxergamos o passado embora fiquemos com a impressão de que o que vemos é o presente, pois tudo ocorre muito rapidamente.

Vamos reconsiderar alguns conceitos cuidadosamente. Quando dizemos “nós vemos”, na realidade vemos os efeitos dos raios atingindo os olhos convertidos em sinais elétricos e formados no cérebro. Quando dizemos “nós vemos”, na realidade observamos os sinais elétricos em nosso cérebro. A propósito, há um outro aspecto a considerar. O cérebro está “selado” para a luz e está sempre em completa escuridão assim, não é possível ao cérebro contatar a luz, por si mesmo. Podemos explicar esse fenômeno com o seguinte exemplo: Suponhamos que a nossa frente está uma vela acesa e nós vemos sua luz. Durante o período em que vemos a luz da vela, o interior de nosso crânio e o cérebro Estão em completa escuridão a luz da vela jamais ilumina o nosso cérebro e nosso centro de visão entretanto, nós vemos um mundo luminoso e colorido dentro de nosso cérebro sem luz. O mesmo se aplica a todos os nossos outros sentidos, som, tato, sabor e olfato que são percebidos no cérebro como sinais elétricos. Desta forma, o cérebro, durante nossa vida jamais se confronta com a fonte original da matéria existente fora de nós mas apenas com uma cópia elétrica da mesma, formada dentro de nosso cérebro. Neste ponto somos iludidos a pensar que estas cópias são os instantes da realidade material fora de nós.

Estes fatos físicos nos fazem chegar a uma indiscutível conclusão. Tudo aquilo que vemos, ouvimos, tocamos e sentimos como matéria, o mundo e mesmo o universo são apenas sinais elétricos em nosso cérebro. Por exemplo, vemos um pássaro em nosso mundo exterior mas na realidade esse pássaro não está em nosso mundo exterior, porém em nosso cérebro. Da mesma forma os sons dos pássaros são também formados em nosso cérebro. Colocando de forma simples, o pássaro, a forma do pássaro que vemos e o seu som que ouvimos é apenas a interpretação, efetuada pelo cérebro, de sinais elétricos. Outro ponto a ser considerado é a noção de distância, por exemplo a distancia entre você e um objeto qualquer é apenas uma sensação de espaço formada em seu cérebro, também objetos que parecem estar muito distante na visão de um indivíduo são na realidade imagens plasmadas em um ponto dentro do cérebro. Por exemplo, alguém que observe as estrelas assume que elas estão a milhões de anos luz distante dele. Na realidade as estrelas estão dentro dele. É a visão em seu cérebro. Você vendo o seu corpo o faz pensar que está dentro dele, entretanto deve observar que seu corpo também é uma imagem formada em seu cérebro. Até agora falamos de um mundo exterior, de um mundo de percepção formadas em nosso cérebro do que vemos. Entretanto como nunca podemos alcançar o mundo externo, Como podemos estar certos de que esse mundo externo realmente existe? Definitivamente, não podemos a única realidade com que lidamos é o mundo de sensações nos quais vivemos em nossa mente. Nós acreditamos na existência de objetos somente porque os vemos e tocamos e eles são refletidos para nós por nossas percepções entretanto nossas percepções são somente ideias em nossa mente. Assim objetos que captamos por percepções não são nada além de ideias e estas ideias existem apenas em nossas mente. E tudo isto existe apenas em nossa mente, isto significa que nós somos iludidos por enganos quando imaginamos um universo e objetos com existência fora de nossas mentes. Imaginar a matéria tendo uma existência fora de nossa mente é na realidade um engano ou ilusão as sensações que observamos podem estar vindo de uma fonte artificial. É possível ver isso com um exemplo: Suponhamos que possamos tirar nosso cérebro e mantê-lo vivo fora de nosso corpo em uma caixa de vidro. Vamos adicionar a ele um computador com toda sorte de informações e finalmente vamos enviar todos os sinais elétricos(dados) que temos de luz, som, tato e olfato para este computador vamos conectar este computador aos sensores se sentido de nosso cérebro com conectores, e vamos enviar-lhe os dados previamente gravados quando nosso cérebro receber estes sinais ele vai “ver”, “sentir” e “viver” as cenas que lhe apresentamos, deste computador também podemos enviar sinais elétricos referentes a imagens e cenas criadas. Por exemplo podemos mandar sinais referentes ao que percebemos e sentimos enquanto estamos sentados em nossa mesa de trabalho. Neste estágio o cérebro pensará que é um homem de negócios sentado em seu escritório. Este mundo imaginário continuará enquanto a estimulação vinda do computador persistir nós nunca nos daríamos conta de que apenas somos um cérebro. É de fato muito simples para nós, sermos enganados acreditando que percepções sem qualquer causa material sejam reais. Isto é o que ocorre em nossos sonhos. Sendo assim, só me resta perguntar : O que é a realidade?
Para todos aqueles que se interessam pela busca sugiro que assista os seguintes vídeos: